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segunda-feira, abril 04, 2005

Karol Wojtyla*

Posso ser acusado de muita coisa. Aceitarei se me chamarem pragmático. Obviamente que não sou um pragmático-radical quasi filosófico, sou aquilo que se pode chamar um neo-pragmático... sendo que aqui 'neo' implica ser-se o que se é hoje em quase todas as vertentes das áreas de socialização: - moderado.

Quero com isto dizer que não há (muitos) radicalismos na nossa sociedade! Olhemos para a nossa política, tudo ao centro! Olhemos para o ensino, eclético! E até na religião usamos uma espécie de laisser-faire relaxado em que somos todos amigos e irmãos e todas as religiões-são-iguais-o-que-conta-é-que-existe-um-deus! - E isso é mau? - Não.

Já percebem onde quero chegar.

O Euro-festival da canção é um bom exemplo de onde quero chegar. Não é pop, nem rock, nem canção, nem orquestra... é de tudo um pouco. Cantado em muitas línguas e de belas cores e histórias. Quando só havia o '1ºCanal', e o festival era quase tudo o que havia para ver, eram as histórias, aqueles interlúdios entre as músicas em que apresentavam o artista sorridente a passear na sua terra natal, que me agarravam mais à TV. Isso e as votações. De resto aquilo era uma tristeza. Eu era puto e já sabia que era aquela música que eu não queria gostar. Mas...

De vez em quando lá apareciam uns ABBA, que elevavam grandemente a qualidade do programa. E só isso fazia valer a pena a existência do Eurofestival.

Chegamos onde eu queria.

E fiquemo-nos pela analógia plebeia: Karol Wojtyla foi um defensor cerrado das suas ideias. Engana-se quem pense que ele foi um moderado! A História faz-se de pessoas com vontade própria. Ele foi sim um 'moderador', e por isso respeitado. Inteligente e sabido. Com um 'cunning plan' para transformar o mundo à sua imagem. E isso é mau? - Não!

E tal como no festival da canção são pessoas assim, especiais, que elevam o respeito que se possa ter ao mundo da religião. Na minha opinião perdemos um dos melhores moderadores de todos os tempos.

*O nome do post é claramente uma manifestação que não me refiro ao falecimento do Pápa, mas do homem que foi Pápa. E para quem não for moderado: - por favor leia bem antes de me mandar hate-mail.