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sexta-feira, janeiro 14, 2005

Ingmar Bergman - Saraband

Sempre tive um bocado de medo dos filmes de Ingmar Bergman. Primeiro porque a temática brinca sempre com medos inatos, com o espírito, e com a mente. Depois porque o mise-en-scène brinca com os nossos sentidos de uma forma agressiva (e ainda assim de uma simplicidade incríveis). Depois ainda porque, entre às personagens, a exposição dos sentimentos é quase completa, levando-nos a temer que aqueles sentimentos sejam retrato de nós mesmos.

Ainda assim Bergman tornou-se um Marco incontornável do cinema... Engraçado é que, como ícone que é, muita gente já o daria como falecido para o cinema moderno (se não até mesmo falecido!). Mas 22 anos passados o mestre levanta-se dos mortos para revelar "Saraband".

Sem mais motivos para ir ao Millenium Alvaláxia, o "Saraband" pode ser uma boa desculpa para aproximações àquelas imediações, é que Bergman exigiu a projecção em equipamentos "Digital HD" (o Ferrari dos equipamentos de cinema), recusando as transcrições de formato digital 35mm.

Para quem conhece a obra feita poderá rever as personagens de «Cenas da Vida Conjugal» 30 anos depois.