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segunda-feira, janeiro 17, 2005

Mecanismo da mente

É irónica a forma como a nossa cabeça funciona, que muitas vezes verbaliza o acto de diálogo de nós para nós. Perguntando e respondendo como se de uma conversa real se tratasse.

Outras vezes não! Outras vezes limita-se a olhar em frente, ao infinito e esquecer as palavras. Limita-se a sorrir - a mente compreeenda-se - sem necessidade de criar existência ou forma às ideias.

É nessa altura que não estamos sós! Estamos serenos, apaziguados na nossa essência, existindo somente. Estamos acompanhados por dentro e por fora, sabendo as verdades que regem a nossa vida. Sem medos da surpresa final. Como que enebriados. Sem necessidade do verbo. Vamos andando na Rua, a olhar para os lados. Parece que vamos sós mas não vamos!

Sós estamos quando criamos a dor do interlocutor imaginário! Quando criamos a ilusão de ouvirmos uma reposta para a nossa pergunta. Ou quando temos uma resposta para a dúvida que não é colocada.
Saber o Certo deixa de ser verdade. E atiramos para a frente uma intricada rede de pensamentos que se misturam e baralham, de um lado do cérebro para o outro. Furando, deslizando, encaixando-se uns nos outros à espera de fazerem sentido.
A palavra faz a ordem, como se polícia fosse . Conduzindo ideias uma às outras. Reduzindo a entropia deste caos imaginário (e não só).

É nessa altura que olhamos o chão enquanto andamos na rua. E não andamos sozinhos, mas acompanhados.

1 Comments:

Blogger Samuel said...

E assim a solidão nunca existe.

4:21 da tarde, janeiro 17, 2005  

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