Baús
Por vezes procuramos no passado por coisas boas. Coisas para guardarmos religiosamente* e celebrarmos diáriamente um pedaço dessa euracistia solitária.
Por vezes o passado vem ter connosco. Sem o pedirmos. Sem o procurarmos. E muitas vezes sem o querermos encontrar, por sabermos o gume aguçado que traz com ele, e por sabermos que é capaz de deixar amargo onde havia doce.
Só por ser passado e futuro, por fazer parte de nós, é que toleramos ambas as ocorrências. Afinal é da nossa natureza lembrarmos e esquecermos! - Humanidade inata que nos passaram nos genes, sem se lembrarem do fardo que é não podermos usar da razão quando a coisas de memória nos remetemos.
Mas se por um lado é bom* encontrarmos coisas boas no meio de coisas cinzentas.
Por outro lado dilaçeram-nos as coisas más que se encontram quando o nosso coração se abre momentaneamente à luz, e se abandona a relembrar do passado dourado os pequenos sois que iluminaram dia-a-dia o correr dos anos.
(Desculpem o desabafo. Encontrei um SMS de 2002 em que me é invocado o Amor e a noção de Eternidade.)
* e a minha religião só vai tendo um nome
* enquanto nos debruçamos nos baús
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